(Carta 48)
Meu inesquecível amor!
Quando uma brisa suave do inverno penetrou na sala, tocando lentamente o cortinado, senti que uma rosa pálida estremeceu no vaso em que estava; estremeceu e lentamente desfolhou. Pobre flor de inverno, crestada pelo frio intenso, desolada e singela – símbolo de uma primavera distante, perdida para sempre na estrada do tempo!...
Meu coração também alimentou rosas de ilusão. Rosas perfumadas e vivas, que, por longos e longos dias, perfumaram o jardim de minha existência. Era o nosso amor, querida – o nosso amor tão puro e tão sincero. E cada beijo nascido nossos lábios era como que a concretização de um sonho. Depois você partiu, e o vento da saudade veio para desfolhar as rosas da ilusão...
Todo o meu ser estremece pensando na saudade de todas as horas, no tédio imenso, na amargura infinita de viver só... Longe de seus beijos, de seu contato delicioso, meu amor!
O vento da saudade continua desfolhando, em minha alma, as rosas pálidas da ilusão, querida!
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