sábado, 16 de outubro de 2010

Série: Seleções Cartas de Amor, de Fred Jorge


(carta 46)
 Meu inesquecível amor!
            Penso em você e tremo dentro da noite! A evocação do seu nome faz de minha alma um templo, e do meu cismar uma prece murmurada a medo dentro da noite imensa... Penso em você, e sinto que meu sangue se torna incendiado, cálido, correndo célere dentro das veias... E o desejo invade meu ser – o desejo que você me inspira, que você faz estuar dentro do meu ser como um fogo líquido transbordando em gotas de lágrimas pelos olhos tristes. A solidão me assusta... Sim, querida: assusta-me, porque na solidão eu sinto vontade de martirizar minha alma com perguntas a quem ninguém pode responder. Perguntas que falam sobre você. Perguntas que trazem, a cada momento, mais e mais ansiedade à minha alma...
            A solidão me conduz ao exame íntimo de todas as emoções que vivem dentro de mim. E, perdido dentro da noite, eu suspiro, eu soluço e suplico. Suplico em vão... Suplico ao vento que me diga seu nome. Peço às estrelas que me falem do seu luar...
            E você não vem... Não vem para mim, que continuo desolado e triste. Não vem para mim, que sinto a saudade me envolver tristemente, como se fosse um manto de brumas, enfeitado por lágrimas de orvalho, meu amor...

Nenhum comentário:

Postar um comentário