quinta-feira, 1 de junho de 2017

Meu olhar?


            Não. Eu não tenho o olhar soberbo, altivo ou orgulhoso, não.
            Tenho olhar triste e cansado, como os olhos dos velhos e dos que perderam o vigor da vida antes do tempo. Tenho também o olhar saudoso de um tempo alegre que se foi, que não voltará, jamais. Tenho ainda o olhar firme e resoluto de quem sabe o que esperar da vida. Tenho olhar de quem avalia o que vê. O olhar crítico de quem observa os mínimos detalhes. Que não se deixa enganar pelo o que vê.
            Tenho os olhos que não riem. São sérios, mesmo eu estando sorrindo.
            Tenho o olhar de quem já sofreu muito, por isso que meus olhos olham sem pestanejar, sem se desviar, olhando além das aparências. Um olhar que percebe o que irá acontecer apenas observando os acontecimentos ao derredor. Um olhar de quem os anos moldaram para ser duro como pedra, mas que ficam molhados ao lembrar-se que em seu coração ainda resta vestígios do amor.

Texto de Douglas Diniz 

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