Tomei uma decisão: Nunca mais eu
vou amar alguém. Meus lábios nunca mais irão beijar outros lábios com a mesma
paixão, com a mesma volúpia, com o mesmo fervor de outrora. Meus braços nunca
mais irão apertar outro corpo com o mesmo calor, com o mesmo desejo de
antigamente. E meu corpo nunca mais ficará enroscado em outros braços, sentindo
todo o calor que dele advém. Meu coração não pulsará de ansiedade ante a
chegada da pessoa amada e meus olhos nunca mais ficarão espreitando o horizonte,
absortos, aguardado a chegada de alguém. Nunca mais!
Está
decidido: Nunca mais meus dedos, já cansados, escreverão cartas de amor, nem
mesmo se entrelaçarão a outros dedos, muito menos acariciarão outro rosto antes
de um beijo... Nunca mais!
Nunca
mais! Nunca mais afundarei meu rosto nos cabelos de alguém, para poder
embriagar-me em seu perfume!
Nunca
mais caminharei lado a lado com alguém, nunca mais caminharei de mãos dadas em
um fim de tarde de outono. Nunca mais!
Nunca
mais sonharei acordado por alguém, nem mesmo em meus devaneios sonharei com
alguém... Para quê? Se não há amor, não tem porque sonhar, não é mesmo?
Nunca
mais! Nunca mais olharei dentre dos olhos de alguém, observando todo o encanto
inebriante que eles possuem. Nunca mais!
Nunca
mais cantarei versos de amor ao vento, nem mesmo farei juras de amor, baixinho
no ouvido de alguém! Para quê? Se não há amor, não tem mais graça fazer juras
de amor, não é mesmo?
Sabe
por que tomei essa decisão? Porque o sonho acabou! A magia do amor também. O
encanto desvaneceu-se e a ternura também. A magia dos casais enamorados cessou
e o riso dos apaixonados findou-se. Não há mais sonho, não há mais encanto, não há mais ternura, não há mais nostalgia... Nem os beijos, nem o riso dos namorados
existem mais. Os braços não se enlaçam mais em um abraço caloroso e o carinho
antes de qualquer beijo não tem mais sentido.
Essa
é a minha decisão!
Mas
aí... aí eu vi você passar pela rua...
E
meu coração pulsou!
E
outra vez me vi, ingênuo e sonhador, perdido e entorpecido pelos seus olhos cor
de sonho...
by Douglas Diniz
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