Aí
está ela, meu amor... Ela voltou de muito longe. Voltou e trouxe a beleza
imortal das cores. Voltou e trouxe o encanto suave das palmas oscilantes... do
orvalho que se debruça suavemente nas corolas aveludadas... voltou e trouxe os
perfumes exóticos das flores misteriosas. Trouxe a cândida beleza do lírio, a
sanguínea sedução dos lírios e o imponente orgulho das rosas...
E
ao abrir a janela, sinto-a presente. Em tudo... Nas minhas mãos que parecem
tocar o ouro do sol... Na brisa que vem ondulando ramos e sacudindo as cortinas
do meu quarto solitário. Voltou a primavera... voltou de muito longe... Trouxe
tudo que eu amo... tudo que minha fantasia deseja... Voltou trazendo a palidez
do luar. Voltou trazendo o brilho nervoso das estrelas. Voltou dando de novo o
encanto que falta no mundo... quando o adusto inverno domina...
Só
você não voltou... querida. E ao abrir a janela, ao receber dentro d’alma toda
beleza infinita deste dia de sol, deluz, de ouro e de cintilações... eu
penso...
De
que vale toda esta primavera...? Para quê toda esta beleza se você não voltou,
meu amor?
Fred Jorge
Nenhum comentário:
Postar um comentário