Meu inesquecível amor!
Nos
braços imateriais da brisa, dançou uma folha seca, que tristemente desapareceu
na voragem do nada – triste folha perdida na paisagem desolada e fria, filha do
outono, que nasceu talvez na última floração de primavera, e que depois se
crestou, amarelecendo, perdendo tudo, forma, cor, perfume...
Eu
também sou filho da dor, nesta tarde cheia de tédio e angústia. Eu também sou
uma folha perdida no outono desolado, que avassala o mundo pequeno do meu
coração, porque há muito é outono em minha alma. Há muito tempo atrás, todos os
perfumes se perderam para sempre...
Só
restam folhas mortas, que um vento agitado e triste carrega para sempre, para o
abismo insondável do nada, carrega para o cemitério imenso dos sonhos mortos, onde
só se ouve a voz da saudade...
Você
não vem... Só tenho o tédio, a dor e a angústia, meu amor e esta saudade
imensa, que me fala de você, querida!
Fred Jorge
Nenhum comentário:
Postar um comentário