Meu inesquecível
amor!
Hoje, como se fosse uma terrível
ameaça do céu, as nuvens negras começaram a pesar sobre a terra. Os trovões,
com suas vozes roucas, pareciam brados de gigantes lutando a distância. E os
relâmpagos iluminavam o bojo das nuvens, como um fragmento de fogo sagrado...
Depois
veio a chuva. Veio suavemente, como uma bênção, querida! E o céu abriu-se
luminosamente, como seu sorriso. Veio o sol. A borrasca não passara de uma
ameaça. E, depois da chuva, tudo voltou a brilhar; as folhas dos ramos pareciam
enfeitadas de joias líquidas que cintilavam.
No
amor também há borrascas como essa, rápidas, cruéis, assustadoras. Eu me
lembrei de você, do nosso tempo, de nossa felicidade: depois das brigas
ocasionais vinha o sorriso bom, a alegria do perdão. Eu, feliz, procurava
sempre um motivo de aproximação porque sabia que, mesmo zangada, você teria
beijos para mim. Sabia que, mesmo com os olhos cheios de lágrimas, você queria
sorrir.
Mas
houve um dia em que foi definitivo: a incompreensão caiu entre nós como um
terrível muro. Separados, compreendi a fria realidade e segui sozinho com minha
saudade. Essa borrasca ficou eterna em minha alma e, até hoje, os trovões da
angústia anunciam assustadoramente a chuva perene dos meus olhos cansados, meu
amor...
Fred Jorge
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