Sim,
existe uma máquina do tempo. Na verdade, há em dois modelos. Num dos modelos, a
gente consegue apenas ver pessoas que já se foram, ou mesmo nós mesmos, desde a
mais tenra idade, recém-nascidos. É possível rever momentos tristes ou alegres,
acontecimentos que não voltam mais. Podemos ver sorrisos ou lágrimas de pessoas
que amávamos e que já se foram e que não voltarão jamais. Com o aperfeiçoamento
e avanço da tecnologia, podemos ver tudo isso que descrevi acima com mais
nitidez e perfeição. Com a resolução alta é possível até ver os poros da pele
de qualquer pessoa. Refiro-me à máquina de tirar fotos. Ela é uma máquina do
tempo e cabe na palma de nossa mão! Na verdade uma das máquinas do tempo. A
outra é a filmadora. Ela faz tudo o que a máquina fotográfica faz, com um
detalhe diferente: ela faz tudo em movimento, com áudio para acompanhar. Nessa
segunda máquina do tempo podemos ouvir a voz de alguém que amávamos, de alguém
que já partiu, de nós mesmos de quando éramos crianças. Ouvimos outra vez as
gargalhadas das crianças de outrora, as vozes de nossos avós, do cachorro que
tínhamos quando criança ou do gato que fazia bagunça na sala de casa. Com essas
duas máquinas do tempo, podemos registrar todas as etapas de crescimentos de
nossos filhos, e depois, num tempo distante, podemos recordar de como eles eram
fofinhos e que agora estão maiores que nós. Com essas máquinas do tempo,
podemos viajar ao passado distante, relembrar antigos sonhos, rever velhos
amores ou velhas amizades. Podemos recordar momentos tristes ou alegres, de
risos ou de lágrimas, de sonhos ou ilusões... Que importa? O importante é que
emoções foram registradas com o único intuito de que no futuro sentaríamos em
nosso velho sofá e ficaríamos absortos revendo imagens que só não se perderam
no tempo que a tudo apaga impiedosamente, porque tínhamos em mãos essas
máquinas do tempo.
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