segunda-feira, 23 de julho de 2018

Máquina do Tempo - by Douglas Diniz



            Sim, existe uma máquina do tempo. Na verdade, há em dois modelos. Num dos modelos, a gente consegue apenas ver pessoas que já se foram, ou mesmo nós mesmos, desde a mais tenra idade, recém-nascidos. É possível rever momentos tristes ou alegres, acontecimentos que não voltam mais. Podemos ver sorrisos ou lágrimas de pessoas que amávamos e que já se foram e que não voltarão jamais. Com o aperfeiçoamento e avanço da tecnologia, podemos ver tudo isso que descrevi acima com mais nitidez e perfeição. Com a resolução alta é possível até ver os poros da pele de qualquer pessoa. Refiro-me à máquina de tirar fotos. Ela é uma máquina do tempo e cabe na palma de nossa mão! Na verdade uma das máquinas do tempo. A outra é a filmadora. Ela faz tudo o que a máquina fotográfica faz, com um detalhe diferente: ela faz tudo em movimento, com áudio para acompanhar. Nessa segunda máquina do tempo podemos ouvir a voz de alguém que amávamos, de alguém que já partiu, de nós mesmos de quando éramos crianças. Ouvimos outra vez as gargalhadas das crianças de outrora, as vozes de nossos avós, do cachorro que tínhamos quando criança ou do gato que fazia bagunça na sala de casa. Com essas duas máquinas do tempo, podemos registrar todas as etapas de crescimentos de nossos filhos, e depois, num tempo distante, podemos recordar de como eles eram fofinhos e que agora estão maiores que nós. Com essas máquinas do tempo, podemos viajar ao passado distante, relembrar antigos sonhos, rever velhos amores ou velhas amizades. Podemos recordar momentos tristes ou alegres, de risos ou de lágrimas, de sonhos ou ilusões... Que importa? O importante é que emoções foram registradas com o único intuito de que no futuro sentaríamos em nosso velho sofá e ficaríamos absortos revendo imagens que só não se perderam no tempo que a tudo apaga impiedosamente, porque tínhamos em mãos essas máquinas do tempo.

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