Aproxima-se
o momento da separação. O mesmo destino que nos uniu vai nos separar... O mesmo
destino que nos ofereceu doces momentos de alegria e felicidade, prepara-se
para nos oferecer um cálice de amarguras... Estaremos separados pela distância
imensa, mas ligados pelo coração, pelo pensamento... Estaremos sempre juntos,
como se fôssemos dois corações irmãos... Duas flores gêmeas vivendo da mesma
luz, da mesma gota de orvalho, da mesma seiva...
O
destino cruel que nos separa vai nos oferecer mágoas sem fim. O destino cruel
que nos separa vai nos oferecer o único tesouro dos infelizes que sentem a vida
desfazer-se lentamente. Tocada pela mão da fatalidade. Vai nos dar a saudade...
Viveremos da saudade eternamente... E seremos como essas flores mortas,
encerradas no interior de livros de recordações, guardando a cor pálida da
primavera distante, e um resto de perfume antigo. Seremos como duas almas
crestadas pelo sol do sofrimento...
Mas
um dia estaremos juntos novamente... E eu, acariciando seus cabelos esbranquiçados
pelo tempo, suas mãos pálidas, terei palavras de ternura e de afeto... E direi
o quanto nós nos amamos nesse passado tão distante... E num beijo rápido, tentarei
repor em sua boca, toda beleza do amor perdido, todo calor morto pela distante
saudade, que afugentaremos com doces palavras de amor, querida...
Fred Jorge
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