terça-feira, 30 de maio de 2017

DIVAGAÇÕES – by Douglas Diniz


           
É com um imenso pesar que escrevo estas linhas... Que a partir de agora não deixarei mais que meu coração se apaixone. Fecho-o para balanço. As desilusões foram-me muitas e exaustivas. Chorei muito, sofri bastante. Jurei não chorar mais. Não quero mais sofrer, pois me atormenta o sofrimento. Preciso esperar que antigas tristezas se desvaneçam no tempo que a tudo apaga. É urgente em mim que velhas amarguras cheguem ao fim.
            As feridas contidas em meu coração já se cicatrizaram, já não sangram como outrora. Isso é um bom sinal. Mas meus olhos ainda estão baços pelas constantes lágrimas que se derramaram em longos prantos. A alma ainda suspira, quase que imperceptivelmente, a tristeza que aos poucos se esvai.
            Tenho ainda o olhar triste, perdido em algum ponto qualquer do horizonte distante. Já não há mais esperanças de um novo amor. Vejo jovens casais de namorados sorrindo, beijando-se, abraçando-se... Nada disso me ilude mais. Pobres casais! Mal sabem que todo esse romantismo, que toda essa demonstração de amor e afeto tende a ter um fim! Um fim que costuma ser doloroso, angustiante, sombrio...
            Em alguns momentos meus olhos cansados divisam um belo rosto, um olhar terno, um sorriso delicado em minha direção. Seria o prenúncio de um novo amor que se avizinha? Quem sabe? Eu até poderia arriscar, mas, o medo me detém. Apodera-se de mim. Não consigo mais sustentar um olhar que me questiona, que me espreita... Não consigo mais desejar com o mesmo ardor alguma boca desejosa em me beijar. Mas será que deseja mesmo? Ou é apenas minha percepção que não consegue mais captar o desejo insano de um possível beijo?
            A verdade é que já até esqueci o que é ficar perdido e imerso em algum olhar... Minha boca já não sabe o que é beijar outra boca num beijo capaz de fazer a alma flutuar em algum universo desconhecido.
            Minha mente, então, divaga por antigos sonhos, antigos amores... Vez ou outra me recordo de algum beijo, de algum perfume, de algum olhar embevecido de amor... Em minhas divagações é-me possível sentir o corpo de alguém em minhas mãos, o toque aveludado de uma boca, o respirar alternado de alguém em meus ouvidos...
            Mas assim como vêm, essas divagações se vão, como uma nuvem que é desmanchada por algum vento repentino...


Foi melhor dizer adeus


Solidão é perca de tempo


Suas contradições - Shakespeare


Lágrimas e chuva


Casinha de Sapê - Paráfrase


Momentos felizes


Silêncio eloquente


Esperando a hora passar


Vou falar para todo mundo que beijei a sua boca


Vou correndo lhe buscar de qualquer jeito


O Pequeno Príncipe - Frases


Vou ficar nu


A luz dos olhos teus - Vinícius de Moraes


Eu só queria um beijo seu


Teatro Mágico


Demorando-se em alguém


Convite para dançar


Pepsi-Cola


Amar outra vez


Por um sorriso seu


Afastar-se é necessário às vezes


Bons Momentos - Tim Maia


QUANDO ACABA O RELACIONAMENTO?

O relacionamento acaba quando acaba o respeito mútuo, quando um começa a xingar o outro por qualquer coisinha (na verdade quando se começa a xingar desnecessariamente). Quando começa os xingamentos é porque o respeito já foi para o lixo faz tempo. O xingamento é apenas a manifestação da falta de respeito.
O relacionamento acaba quando vemos que o brilho do olhar não existe mais nos olhos de quem amamos, quando percebemos que a pessoa que amamos não sente mais o mesmo entusiasmo de outrora. Que para ela tanto faz estarmos ali ou não.
O relacionamento acaba quando percebemos contradições no falar de quem amamos. O que ela diz hoje não condiz com as coisas que havia nos falado no início do romance e, como um choque, percebemos essas contradições se confirmando ante nossos olhos.
O relacionamento acaba quando percebemos que a pessoa amada não suporta mais a nossa presença perto dela, quando vemos que nossos carinhos já não lhes trazem mais satisfação, quando ela vira o rosto para evitar um simples beijo ou quando não fica enroscada em nosso abraço tanto tempo como de costume.
O relacionamento acaba quando o sexo passa a ser por obrigação, a espontaneidade de antes não existe mais, agora é tudo tão mecânico, frio, sem sal, sem beijos intensos. O sexo passa a ser deixado de lado e só acontece de vez em quando, e quando é feito, percebemos que não é mais por amor, que a pessoa amada não tem mais satisfação. Isto quando não inventa desculpas esfarrapadas para não fazer.
O relacionamento acaba quando percebemos que a pessoa amada não tem mais tempo para nós. Ficamos em segundo plano, ou em plano algum.
O relacionamento acaba quando percebemos que não fazemos mais parte dos planos de quem amamos.
O relacionamento acaba quando percebemos que aquele sorriso que outrora era direcionado a nós, agora é direcionado à outra pessoa.
O relacionamento acaba quando percebemos que a pessoa amada não consegue nos olhar nos olhos, que o olhar dela sempre foge em outra direção quando se encontram com o nosso olhar. E se por algum acaso ela decide sustentar o nosso olhar, é sempre em tom de desafio.
O relacionamento acaba quando as longas conversas no Messenger ou Whats se acabaram. Agora são apenas pequenos diálogos, monossilábicos da parte dela, e as palavras de amor, carinho e intimidade de outrora, não existem mais.
E quando percebemos essas coisas, não há nada mais o que fazer, além de seguir o nosso caminho. Não insistir em algo que já acabou é uma atitude necessária. Lutar por algo que já morreu não é o melhor caminho a seguir. Mas cada um é quem deve escolher o melhor caminho e saber qual a atitude tomar. Eu, porém, aprendi que certas coisas não tem mais jeito.
Texto de Douglas Diniz (28/05/2017)

Analfabetismo Poético - by Junior Lima


Investindo no amor


Nostalgia


Minha ternura - Manuel Bandeira


Pontos finais


Seleções Cartas de Amor - Carta 100 - by Fred Jorge

            Meu inesquecível amor!

            Maio está no fim – maio das noivas e dos sonhos em flor, maio do céu sempre azul, sempre enfeitado de flocos de nuvens brancas, que flutuam ao sabor da brisa, como retalhos de sonhos...
            Para mim, querida, maio não foi um mês bonito das esperanças, dos sonhos e do amor. Você deve se lembrar: esperávamos este mês...
            Lembra o que dizíamos? Iremos aos pés do altar, eu lhe darei meu braço e seguirei orgulhoso, levando-a junto a mim. Eu lhe direi aos pés de Deus, perante os homens, que a amo, e que a quero por toda a vida... E você murmurava: “Eu quero levar nos braços um ramalhete de rosas brancas, rodas de maio, que simbolizarão cada uma um pouco de felicidade, um pouco de alegria... E, por toda a minha vida, eu lhe darei, querido, um beijo de amor, por pétala de rosa que carregar aos pés do altar...”
            Eram tão lindos os nossos sonhos!
            Maio chegou, querida, e estou sozinho – você não veio! Eu estou sozinho aos pés do altar, junto à Deus. Não tenho você, não tenho você! Não há um sacerdote para nos unir. Só há o meu coração solitário, os meus olhos cheios de lágrimas e meus lábios suplicando a Deus que me mande você, meu amor!...


            Fred Jorge