Meu grande amor!
Um dia, você voltará arrependida para mim... E há de trazer o coração purificado pela dor. Há de trazer os lábios, antes pecaminosos e impuros, limpos e cheios de tristeza, porque há de recordar cada momento feliz, cada momento de ventura e alegria.
Nesse dia, talvez seus olhos esteja luminosos, com o brilho antigo das primaveras que foram nossas. Nesse dia, talvez seus olhos estejam mais belos que antes, porque trarão o calor da chama rediviva de um amor, que renascerá pelo encanto da saudade!...
E você voltará com o aspecto feliz de quem retorna de uma longa viagem, rejuvenescida, contente e cantarolando até...
Mas, quando me vir, há de chorar, querida: você não me reconhecerá, porque verá, em meus olhos sem brilhos, o cansaço. Minhas mãos estarão trêmulas e meus lábios só poderão murmurar preces de amor...
E você verá, ruína humana, o que a saudade deixou como frangalho, como recordação de um passado feliz, que agora nada mais é e nada mais será, enquanto houver amor dentro de mim...
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